Já passava da hora! (um conselho)

Já passava da hora de a Nação Tricolor se mobilizar em prol da libertação do nosso Bahia. O Bahia é nosso, de toda a sociedade baiana, que não pode assistir passivamente a um grupelho, que é comprovadamente nefasto ao clube, dele se apoderar e, pior de tudo, afastá-lo de nós, os seus torcedores.

Neste Brasil redemocratizado desde meados da década de 1980 não cabem mais caudilhos em nenhuma instituição, ainda mais nesta que é emblemática para a Bahia, que se confunde com as suas cores, com a sua bandeira, com as suas tradições.

Vocês… Sim, é com vocês mesmos que falo… Insensíveis, malvados! Vocês pretenderam nos levar o nosso Bahia e até conseguiram por algum tempo, mas esse tempo, graças a Deus, está chegando ao fim. Ninguém mais os quer à frente do nosso Bahia e vocês não vão se impor contra a vontade de uma Nação.

Vocês vão deixar, finalmente, o nosso Bahia em paz. Vão sair na marra, pela porta dos fundos, amaldiçoados pelos torcedores, porque escarneceram, fizeram pouco caso de nós, os seus autênticos amantes.

Quiseram o Bahia, que é de um povo, somente para si, egoisticamente, sem se importar conosco, apenas para adicioná-lo aos seus negócios e, em nome dos seus interesses, desconsiderando esta imensa e apaixonada Nação… Aí está aonde chegaram, ao desprezo desta Nação. Já diz o velho ditado: Quem tudo quer tudo perde! Vocês perderam, estão num beco sem saída. A única saída que vejo para vocês, agora, é usarem um pouco mais da velha hipocrisia (nesse caso, até perdoaria) e nos pedirem desculpa.

Digam que procuraram fazer o melhor para o Bahia e que até conseguiram por algum tempo; falem, mais uma vez, que o trouxeram de volta à série A do futebol brasileiro, mesmo tendo sido vocês mesmos que o conduziram aos porões da série C. Podem dizer, nesses seus ocasos deprimentes, que nos deram a Nike das até aqui desbotadas camisas, que nos darão em breve um novo CT, mesmo que em terreno infinitamente menos valioso do que o do Fazendão, em mais uma duvidosa transação.

Repitam a velha cantilena de que reintroduziram o clube no mercado do futebol e que hoje somos respeitados e grandes profissionais nos procuram, mesmo que sejam os Carlos Albertos, os Klébersons, os Ricardinhos, os Violas, os Paulos Sérgios, os Souzas, os Jóbsons, dentre outros talvez menos votados que aqui chegaram, em final de carreira, em verdadeiras barcas, no intuito, pode-se dizer, exclusivo de se locupletarem com os recursos do clube, sem nos deixar nada em troca: respeito às nossas tradições, dedicação, nada, a não ser se aproveitarem das nossas festas, das noitadas, da nossa famosa hospitalidade. Chega! Somos hospitaleiros, mas não somos otários!

O Bahia viveu um longo pesadelo, mas vai passar, tudo passa. Vocês também passarão… Ah povinho ganancioso! Quanto desprezo vocês merecem! Estão percebendo agora quão “bom” é o completo desprezo que se lhes retorna em virtude dos seus atos egoístas e do que vocês fizeram do sentimento apaixonado da Nação Tricolor?

Apesar de tudo, eu não consigo ser tão malvado com vocês como vocês foram comigo… Vocês me fizeram sofrer, muito, pelo que fizeram ao meu Bahia, ao time que, menino e depois rapaz, aprendi a admirar por meio dos nossos heróis: Douglas, Picolé, Zanata, Butticce, Sanfelippo, Jésum, Gilson Gênio, Arthur, Baiaco, Roberto Rebouças, Sapatão, Bobô, Zé Carlos, Beijoca, Cláudio Adão… Vou parar por aqui, pois sei que já estou sendo injusto ao não citar todos os atletas que defenderam as nossas cores com brio e honradez… Por isso, insisto, embora seja um conselho e digam que se conselho fosse bom seria vendido, mas, creiam, é com sinceridade que lhes digo: façam o que sugiro no parágrafo anterior. Não tenho dúvida de que seria a melhor saída.

Com o tempo, vocês provavelmente seriam perdoados a poderiam, talvez, voltar a andar de cabeça erguida no seio da sociedade soteropolitana. Caso contrário, serão por muito tempo essa espécie de zumbis em que se transformaram, execrados por todos. Vamos lá, tenham um pouco de inteligência, de humildade e dignidade! Peçam-nos perdão, peguem os seus bonés e deixem o Bahia cumprir em paz, liberto e democrático, com o seu destino de grandeza! Afinal, nascemos pra vencer… Vocês sabiam?