Nadar, nadar e morrer na praia!

Não agüento mais de tanto dizer que “contra fatos não há argumentos”. Máxima dolorosa, batida e insuportável em se tratando do Bahia deste século, que contraria ordem de valores tentando-nos a acreditar que nadar, nadar e morrer na praia é algo digno de honrarias. Não é não! Isto é não saber dosar a resistência, não ter um comando técnico coerente e entrar em pânico em todas as decisões. E quando o assunto é decisão encurta-se, então, o campo para margem de erros.

O Bahia houvera passado pelo Goiás e o Fluminense estava “praticamente” batido. Mas no caminho do Bahia “havia uma pedra” em forma de técnico de futebol, que mais uma vez trocou o objetivo pela incerteza e a coragem cedeu ao medo que liquidou a esperança. Criticar o time dos últimos jogos eu não o faço porque entendo que a culpa é de quem o treina e escala, até porque o exemplo dos 6 x 5 contra o Vitória estava ali, bem vivo. Se não aprendeu, paciência.

Porém, ao mesmo tempo em que culpo o técnico pelos últimos fracassos do time, reconheço que ainda é pouco o tempo para se cobrar resultados melhores desse elenco aí. Planejamento não é algo que se possa fazer no Bahia atual a curto prazo, é necessário médio e longo prazos. A própria torcida sabe disso, tanto sabe que numa pesquisa aqui no site ecbahia.com.br, ainda em andamento, a maioria acha que Artur deve ser mantido. Todos sabemos da carência enorme e urgente que o Bahia tem de zagueiros interiores direito e esquerdo, além de um goleiro que inspire confiança plena.

No mais é organizar o time e treinar fundamentos como passar bem a bola, ensinar a alguns jogadores que tocar a bola é mais importante que correr desenfreadamente com ela (percebe, Ávine?) até perdê-la. Vejam que contra o Fluminense o Bahia errava todos os passes, não acertava um! Quantos contra-ataques não foram proporcionados ao Flu, hein? Artur precisa colocar na cabeça do torcedor um time que ele decore, sabe o tal time decorado?… Ou jamais haverá entrosamento. Deixa as experiências lá para Dunga, ele sim é pago para isto.

Particularmente acho que Artur entende do riscado, mas falta-lhe equilíbrio e isenção de líder. Não é possível manter um time indefinido ao usar escalações diversas para cada jogo e usar o seu poder para contestar através de escalações, esse ou aquele jogador reclamado pela torcida, porque daí vêm os desastres nas substituições, haja visto ele ter perdido o jogo para o Vitória no momento em que ocorreu o empate em 3 x 3. Sacou Danilo numa visível demonstração de falta de confiança em seus comandados e o Vitória se sentiu à vontade para virar para 5 x 3.

Na realidade dos fatos o Bahia ainda não inspira confiança. Confesso que quando o Bahia faz um gol eu já espero outro gol, só que do adversário. Tem sido assim, infelizmente é o efeito dominó que reflete do time até a torcida. É bem verdade que há uma outra realidade, o dedo de Artur na hora de mexer no time durante uma partida complica demais. Mas como algo ainda não está perdido, vamos aguardar melhoras, até em razão de não haver outra alternativa.

Um amigo me disse recentemente que Bahia e Corinthians são almas gêmeas. Dei risadas para não chorar ao constatar a veracidade das coincidências. Olha, pode não ser tão almas gêmeas assim, mas que se parecem demasiadamente a nível organizacional não tenho nenhuma dúvida. Dizer que o Corinthians tem um time fraco não é verdade. Porém reflete sobre o time em campo a instabilidade da diretoria. Podem trocar de técnico quantas vezes quiserem, nada mudará nos resultados práticos. Infelizmente tenho que admitir que o Bahia vem padecendo, há anos, desse mesmo mal do “Timão” de São Paulo. Até o imbróglio de “parcerias” é idêntico.

O que ocorre com o Bahia é que ele não joga com alegria há muito tempo! Há uma responsabilidade enorme nas costas dos jogadores, toda partida é uma decisão para eles. Sabem que o time está na Terceira Divisão e são eles que terão de tirá-lo dali. A torcida por seu turno também anda nos limites da humilhação. Ver seu Bahia ganhando tudo é o sonho maior, mas convenhamos que isto é completamente inviável enquanto durar o Bahia na terceira e segunda divisões. A verdade é que o buraco onde puseram o Bahia é bem maior do que imaginamos. Talvez não tenhamos consciência perfeita disso, e é bom que seja assim para a ânsia ser menor.

Ganhar do Atlético de Alagoinhas, por sofrido 1×0, demonstra exatamente o estado de ânsia e condição psicológica do grupo. Sair de uma derrota para o rival, de uma desclassificação da Copa do Brasil, e ainda ter que correr atrás do prejuízo com a obrigação de ganhar o campeonato, é dose pra cavalo. Eu não conto com isso porque sei que esse time aí, se cumprirem o planejado, só acontecerá durante a disputa da TD. Ganhar o estadual seria o mesmo que carimbar o passaporte para a Segunda Divisão, devido ao fator auto-confiança. Chego a dizer (pelas circunstâncias) que seria o mais importante campeonato estadual que o Bahia poderia ganhar. Agora, se vai ganhar… é outra história.

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Meu amigo Marcelo Barreto enviou-me um texto, enquanto eu preparava esta coluna, de um torcedor autêntico e consciente do seu papel, Altimicks. Ele inicia o tópico dizendo “Deixem um Binha falar”… Olha, meu caro Altimicks, você tem personalidade e é coerente com a sua própria consciência e leal à seus amigos. Exceto algumas citações indevidas, principalmente à família, você foi perfeito e merece os meus sinceros parabéns. O torcedor precisa se tornar sócio se quiser fazer alguma coisa pelo Bahia, além de ir ao estádio. A chance é única. Parabéns!!

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Parabéns a equipe Citra Team, do professor Fabian Lopez, pela participação no campeonato de Jiu-Jitsu que está sendo disputado no Balbininho. Uma maravilha de arte marcial e uma demonstração muito eficaz de civilidade e paz. Parabéns, também, aos organizadores do campeonato.

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Em tempo, o texto do Altimicks encontra-se à disposição na página do Fórum do ecbahia.com.br. É só dar uma olhada para ver a exposição consciente desse torcedor. Vale a pena!!