é goleada tricolor na internet
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Publicada em 9 de novembro de 2015 às 00:00 por Autor Genérico

Autor Genérico

Não haverá legado

Eu ainda creio que o Bahia suba – nem que para isso seja necessário invocar o mantra atleticano do “eu acredito” -, porém não será fácil, principalmente porque agora depende, também, do próprio time.

Pode parecer estranho, mas é verdade: o grande empecilho para o acesso para a Série A, do próximo ano, é o próprio Bahia. O time não faz gols, não tem jogadas ensaiadas, não transmite segurança na defesa e não tem um comando capaz de modificar a realidade.

Esta é, provavelmente, a Série B com o pior nível técnico dos últimos anos. Não há qualquer time razoavelmente bom, não há qualquer jogador que possa ser considerado destaque ou revelação e poucos jogadores, daqueles que obtiverem o acesso, serão aproveitados por seus clubes ou terão espaço em outros times da elite nacional.

Esse é o principal motivo que manteve o Bahia na luta pelo acesso, até o presente momento, uma vez que inúmeras foram as rodadas que o time não fez a sua parte, mas os adversários diretos também não tiveram êxito.

O Bahia é o pior dos que ainda sonham com o acesso – não pela colocação na tabela, até porque está na frente do Paysandu -, mas por ser o que menos ganhou, que é o primeiro critério de desempate, somente tendo vencido um único adversário dos sete primeiros colocados.

A pergunta que resta é: de que serviu o ano de 2015?

Se conquistar o acesso será por isso e nada mais, pois ganhou um Campeonato Baiano, no qual o principal adversário conseguiu a proeza de ser o quinto colocado, e do qual perdemos os dois jogos na Série B, sendo um por goleada, inclusive; na Copa do Nordeste, não superou o Ceará, que hoje luta desesperadamente não ser rebaixado para a Série C; na Copa do Brasil, mais uma vez não avançou às fases finais; e, na Copa Sul-americana, foi pateticamente eliminado pelo Sport, após o vexame de perder por 4×1.

Se pensarmos no elenco, 2015 é um ano a ser esquecido, enterrado, apagado, com ou sem acesso. Para uma Diretoria – leia-se, presidente -, que foi eleita com o slogan e a promessa que seria “A Vez do Futebol”, terminar a temporada com apenas um jogador a ser aproveitado no ano seguinte é um fracasso retumbante, ou alguém manteria, para 2016, algum outro, além de Kieza?

Inúmeras foram as contratações, todavia o time chega na fase da competição testando jogadores da divisão de base, prematuramente, demonstrando a total falta de planejamento e de coerência. E, não se diga que os garotos foram promovidos por filosofia da nova diretoria, pois, em verdade, foram escalados por necessidade e falta de opção.

Nem mesmo o técnico há de ser mantido. Se o acesso for confirmado, Charles Fabian merece ganhar uma placa, um bom prêmio e um “até a próxima”. Sérgio Soares não tinha condições de continuar comandando o time, mas o atual treinador não demonstra qualquer indício que já seja um profissional apto para comandar o time que ajudou a ser campeão nacional como jogador.

Não basta ir até Munique, tirar foto ao lado de Pepe Guardiola. Tem que aprender com ele, ou melhor, com os seus times. Óbvio que os jogadores que o treinador espanhol tem a sua disposição são incomparáveis com aqueles que Charles treina, mas há premissas técnicas que independem da qualidade do elenco, e uma delas é ter a posse de bola, nem que seja às vezes, em alguns poucos momentos do jogo.

Assistir a uma partida do Bahia é ser testemunha de um show de chutes da defesa para o ataque, um verdadeiro “gol a gol”, ignorando por completo o setor mais importante de um time, que é o meio de campo. Até as cobranças de lateral são “verdadeiros cruzamentos”, sempre com arremessos para dentro da área, sem qualquer criatividade, sem qualquer jogada ensaiada, sem que se pareça que se está jogando futebol. Jogada, essa, que apesar de ser reiterada inúmeras vezes, em todos os jogos, não resultou em nenhum gol na atual temporada.

Penso que esse é o motivo de Charles ter adotado os treinos secretos, para que ninguém veja que não há treino algum.

Em 2016, independentemente da colocação final na atual Série B, tudo começará do zero, sem qualquer legado, pois nem mesmo a esperança em dias melhores o atual presidente conseguirá levar para o próximo ano.

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Ps.: Aos desavisados de plantão: não pertenço e nem pretendo pertencer a qualquer grupo político que hoje divide o Bahia, nem desejo a volta daqueles que já se foram e que demoraram a ir.

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