Nas mãos de Renato

Tudo bem que é um jogo de 180 minutos, mas, e daí se o Bahia não tem ataque? A chance de fazer um resultado favorável foi perdida no domingo passado. Como reverter no próximo jogo, com o mesmo time? Até acredito que o Bahia saia vencedor, mas não com o título, falta-lhe alguém com qualidade técnica para jogar de meia ponta de lança. Edílson não é mais esse jogador, e não é por qualidade técnica, mas pelo fato de o jogador já ter ultrapassado a barreira dos quarenta anos de idade.

Às vezes, quando penso em algumas contratações feitas pelo Bahia, de jogadores acima dos 37 anos, penso em Evaristo que quando chegou para ser técnico do Bahia tinha apenas 38 anos de idade… No meio de Sapatão, Douglas, Natal, Picolé, Roberto Rebouças etc. o que não teria feito essa fera, jogando? Mas inteligente como é, preferiu ser técnico. E que técnico!

Não gostaria de estar escrevendo sobre Edílson numa condição adversa. Respeito a sua história e o fato dele estar tentando simplesmente por amor à bola. Sei que gostaria de colocar seu nome na história do Bahia, e quem não gostaria? Mas a idade é inexorável, chega para todos. Ele é velho para o futebol e novo para outras atividades, são os paradoxos consoladores. Ainda bem.

Quando aconteceu a sua contratação eu achei que não foi a melhor das escolhas feitas pelo Bahia, mas como não torço contra o meu clube de coração, atenuei as minhas críticas e passei a torcer pelo sucesso de Edílson. Mas agora vejo que não dá, o Bahia precisa dele, o jogador quer, mas a idade não deixa. Que fazer?

Entretanto, apesar dos pesares, eu acreditaria num resultado muito bom se Renato Gaúcho desse uma guinada de 180 graus e apostasse na juventude da base. É disso que o Bahia precisa, é isso que o momento requer, é isso que é ter coragem. Não precisa colocar um time novo inteiro, até porque há alguma qualidade nesse time, mas que promovesse uns dois ou três garotos. O Bahia precisa correr, Renato, precisa de mobilidade e rapidez, você mesmo acha isso.

Mendes, 34, Edilson, 40. Convenhamos, falta a esses jogadores a mobilidade que as suas respectivas posições exigem. Não discuto a qualidade técnica, repito, discuto o peso da idade. Em futebol antiguidade não é posto, a juventude sim. Quero ver após o próximo jogo o que será feito para enfrentar a maratona que é o campeonato brasileiro. Se não mexer bastante no elenco não vai dar liga de modo algum.

Porém com Ananias, Maurício – ou Vander – e Rogerinho, o Mendes, ou Wilson Junior, ou Lima, ou Gral, poderia ser mais bem assistido. Estão criticando Apodi e isso é injusto. O moço só sabe jogar solto, ele é um ala veloz e tem que se dar essa liberdade a ele. Ficar preso atrás não é o seu forte. Acho que Ávine e Apodi deveriam jogar da forma como sabem. Se existem dois volantes ali atrás para dar cobertura aos alas, pra que prender estes?

Em síntese, o Bahia está nas mãos de Renato, perdido por um, perdido por dez. Peque pelo excesso de coragem e eu vou entender, mas não peque por omissão, porque isso eu não vou entender. Então é isso. Se Renato falou que ao Bahia – algumas peças – faltam qualidade e velocidade, então vou esperar as novidades que devem acontecer. Sim, porque aquilo que vimos em Pituaçu não é para ser visto no Barradisney. Com todo respeito.

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Ontem vi num programa esportivo, o “Bem amigos!” que “o grupo de Dunga já está fechado”… Se for assim mesmo, o que não acredito, a taça não vem. Acho essa seleção muito operária, sem a técnica que sempre norteou o Brasil, sem Kaká na plenitude técnica peculiar a ele, e sem um jogador diferenciado e capaz de mudar a história de um jogo.

Falam que Neimar e Ganso são muito jovens para tal responsabilidade – jogar na Seleção. Que absurdo… Pelé, com dezessete anos, e Garrincha, com pouco mais que isto, decidiram a copa na Suécia a favor do Brasil. Nem acho que Neimar e Ganso devessem entrar como titulares, mas no momento adequado, porque vamos precisar!