é goleada tricolor na internet
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Publicada em 31 de janeiro de 2025 às 15:58 por Dimitri Tavares

Dimitri Tavares

No circo da FBF, o Bahia e sua torcida são os palhaços

Foi definida a arbitragem para o Bavi deste sábado (1º): Bruno Pereira Vasconcelos será o árbitro principal, enquanto Alessandro Álvaro da Rocha Matos e Daniella Coutinho Pinto serão os assistentes. 

Alessandro Matos tem um longo histórico de prejuízos causados ao Bahia em Bavis, desde a já longínqua década de 1990. O ano era 1998, quando repercutiu nacionalmente o primeiro erro crasso de Matos contra o Bahia em um clássico, ao validar um gol rubro-negro cuja bola nitidamente não adentrou a meta do goleiro tricolor Jean, em um jogo válido pela Copa do Nordeste daquele ano.

Jornal repercute erro de Alessandro Matos em Ba-Vi válido pelo Nordestão de 1998

Em 2008, Alessandro Matos impediu o título estadual do Bahia, ao marcar um impedimento que claramente não existiu, no tento marcado pelo tricolor Rogério, em um Ba-Vi válido pelo quadrangular final do Campeonato Baiano daquele ano. O equívoco se revelaria decisivo para o resultado do campeonato, pois o Bahia perdeu o estadual para o rival precisamente por ter menos 1 gol marcado.

Pelo Baianão 2008, Rogério, destacado em vermelho, parte de trás da linha da zaga rubro-negra para marcar o tento tricolor, anulado logo em seguida por Alessandro Matos

Os reiterados erros de Alessandro Matos contra o Bahia em Ba-Vis levaram grupos de sócios tricolores a ajuizarem uma ação contra a FBF em 2010, conforme noticiado pelo site ecbahia.com (vide imagem logo abaixo). Sob pressão, a Federação deixou de escalá-lo em Ba-vis por quase uma década.

Trecho de notícia do ecbahia.com sobre os atritos entre a torcida tricolor e Alessandro Matos, culminando em ação judicial

Em 2013, repercutiu nacionalmente o fato de que Alessandro Matos utilizou as instalações do CT do Vitória para treinos visando suas participações na Copa das Confederações daquele ano e na Copa do Mundo do ano seguinte. Mais do que isto, e pasmem, Alessandro Matos posou sorridente para uma foto abraçado com o então presidente rubro-negro Alexi Portela, usando uma camisa com detalhes em vermelho e preto, e com um escudo do Vitória ao fundo. O site “Apito Nacional” noticiou o fato com notório estarrecimento e até mesmo revolta, destacando, ainda, que o pai de Alessandro, Manoel Lima Matos, ex-árbitro e comentarista esportivo, é torcedor declarado do rubro negro-baiano.

Eis que Alessandro Matos foi ressuscitado pela FBF em 2020, em Bavi pela fase de grupos do Campeonato Baiano. Naquela ocasião, em um lance, o goleiro Lucas Arcanjo, do Vitória, esqueceu a bola e deu um carrinho acintoso no atacante Gustavo, do Bahia, derrubando-o dentro da área. Pênalti escandaloso, ocorrido bem de frente a Alessandro Matos, que não informou ao árbitro, e o jogo seguiu sem que nada fosse marcado.

Pênalti do rubro-negro Lucas Arcanjo no tricolor Gustavo, no Baiano de 2020. Alessandro Matos, de frente para o lance, nada fez

Logo após mais um erro crasso de Alessandro Matos contra o Bahia no supracitado Ba-Vi de 2020, o então vice-presidente do Bahia e hoje diretor de relações institucionais do clube Vitor Ferraz questionou publicamente a FBF sobre as razões pelas quais a FBF voltou a escalar Matos em um clássico, depois de quase uma década afastado.

Portal Bahia Notícias apresenta a indignação de Vitor Ferraz com volta de Alessandro Matos

A ótima página ECBahia Números, na rede social X, informa que, em 23 Ba-Vis catalogados com atuação de Alessandro Matos, o Bahia venceu apenas três e perdeu DOZE!

Observem, portanto, que Alessandro Matos vem dando reiteradas mostras de sua suspeição para atuar em Bavis, espalhadas por quatro décadas diferentes e sucessivas: 1990, 2000, 2010 e 2020. Não obstante todo esse histórico, a FBF segue escolhendo-o a dedo para os Ba-Vis, sem sorteio. Isto já ocorreu no Ba-Vi da primeira fase do Campeonato Baiano do ano passado e na primeira partida da final da mesma competição, ambas, para variar, com vitória rubro-negra. Agora, a FBF repete o procedimento para o primeiro Ba-Vi de 2025, conforme se observa em ata da sessão de escolha da arbitragem publicada pela própria Federação.

Documento da FBF com a coluna de “sorteio” da arbitragem para a partida

Notem que Alessandro Matos está nas duas colunas do “sorteio”, logo, ele não foi sorteado, ele foi escolhido pela FBF, pois um dos bandeirinhas seria ele, inevitavelmente, qualquer que fosse o resultado do “sorteio”. Quais são os motivos de tamanha e tão insistente predileção da Federação por um assistente com histórico tão problemático?

O árbitro da Bavi deste sábado, Bruno Pereira Vasconcelos, também tem histórico de polêmicas em Bavis, invariavelmente em prejuízo do Bahia. Era ele o árbitro do supracitado Bavi de 2020, no qual o pênalti de Lucas Arcanjo em Gustavo não foi marcado. 

Bruno Vasconcelos também foi o árbitro da primeira final do Campeonato Baiano de 2024, com atuação igualmente decisiva contra o tricolor: perdoou em duas ocasiões a expulsão do atleta rubro-negro Rodrigo Andrade, que: 1) no primeiro tempo, deu uma cotovelada proposital no rosto de Jean Lucas, mas levou apenas cartão amarelo, e o VAR da partida, Diego Pombo (outro árbitro controverso da FBF), tampouco tomou qualquer medida; e 2) no segundo tempo, empurrou Caio Alexandre, derrubando-o, em lance sem bola, em lance punível com cartão amarelo (o segundo, que levaria à expulsão), mas Bruno Vasconcelos nada marcou. 

Observem, ainda, que o árbitro que estava na outra coluna do sorteio era Emerson Ricardo de Almeida Andrade, outro árbitro da FBF com histórico de desserviço ao Bahia. Em 2023, em um Bahia x Flamengo pelo Brasileirão, ele era o quarto árbitro e denunciou histericamente ao árbitro principal uma cotovelada inexistente de Kanu no rosto de Gabigol, resultando na injusta expulsão do zagueiro tricolor.  

Emerson Ricardo também foi o árbitro principal do segundo Bavi da final do estadual de 2024, quando expulsou injustamente Rezende e, imediatamente após seu apito final e com o Vitória campeão, fez um gesto de comemoração acintoso, despudorado e chocante, que, depois, ele justificaria como sendo para “celebrar a própria atuação”. 

Vejam, portanto, que, para o Bahia, os “sorteios” da FBF com arbitragem local, que escolhem entre os Emersons Ricardos e os Brunos Vasconcelos da vida, soam como um verdadeiro “se ficar, o bicho pega; se correr, o bicho come”.

Considero desnecessário trazer imagens dos jogos de 2023 e 2024 citados nos dois parágrafos anteriores, pois ainda estão frescos na memória do torcedor tricolor. Sigamos…

Por todo o histórico exposto acima, cada Ba-Vi com arbitragem baiana gera enorme apreensão na torcida tricolor, pois o retrospecto das atuações da arbitragem baiana nos Ba-Vis, há quase três décadas, é nefasto para o Bahia, com erros (erros?) invariavelmente prejudiciais ao Esquadrão de Aço. Alessandro Matos, Bruno Vasconcelos, Emerson Ricardo e Diego Pombo, entre outros, são nomes que a torcida tricolor sente calafrios só de escutar.

A FBF, do ex-presidente (e atual eminência parda?) Ednaldo Rodrigues, conhecidamente torcedor do Vitória, depois de anos empregando arbitragem de fora nos Ba-Vis do Campeonato Baiano – por pressão do Bahia –, desde 2024 voltou a escalar sistematicamente a arbitragem baiana nos clássicos, inclusive nos confrontos decisivos.  

Escalar arbitragem local em clássicos, mais ainda em clássicos decisivos, é uma opção temerária a priori. Em um clássico, existe uma enorme probabilidade de o árbitro local torcer para um dos dois clubes envolvidos, o que, por si só, levanta legítimas dúvidas sobre sua isenção: conseguirá ele fazer prevalecer seu profissionalismo em detrimento de sua paixão? 

No caso concreto da arbitragem baiana, que já leva décadas errando sistematicamente em Bavis, invariavelmente contra o Bahia e a favor do Vitória, a insistência da FBF em escalá-la nos clássicos é teratológica, comprometedora da lisura e da seriedade do espetáculo, e deixa a própria FBF sob um manto de suspeição.

Mas tão preocupante quanto a atuação da FBF é a inação do Esporte Clube Bahia – instituição e torcida – diante desse estado de coisas. Onde estão Raul Aguirre e Cadu Santoro? Onde está o outrora combativo Vitor Ferraz, diretor de relações institucionais do Bahia, cujo papel precípuo é justamente promover a interface do Bahia com a FBF, CBF e afins? Onde estão a Associação e seu presidente, Emerson Ferretti, que têm o poder-dever de serem os porta-vozes dos interesses da torcida tricolor, dentro e fora do clube? Onde estão as torcidas organizadas, os influenciadores e as celebridades tricolores? Por que ninguém faz nada para reagir a esses desmandos? Será que estão paralisados pela ilusão de que o Bahia, com mais dinheiro e times teoricamente mais qualificados, vai necessariamente vencer o rival, contra tudo e todos? Não é assim que funciona, cada detalhe pode ser decisivo, mais ainda quando o rival está razoavelmente bem organizado, e 2024 já demonstrou isto.

Tanta inércia e omissão fazem o torcedor tricolor sentir saudade dos tempos em que Osório e Maracajá faziam do Bahia um clube respeitado.

A Bahia deve ser o único lugar do mundo no qual o maior clube, mais tradicional, mais vencedor, com maior torcida e com mais dinheiro é sistematicamente prejudicado e feito de palhaço pela arbitragem, em benefício de um rival menor que ele em tudo, e, pior: aceita passivamente! Ou alguém imagina isso acontecendo com o Flamengo no Rio, com o Corinthians em São Paulo, com o Boca na Argentina, com o Real Madrid na Espanha ou com o Bayern de Munique na Alemanha?

O Bahia e todos os envolvidos com o clube precisam reagir, organizadamente, e para ontem! A verdade é que o Bahia precisa muito menos do deficitário Campeonato Baiano do que este depende do Bahia, ainda que o torcedor tricolor goste de conquistá-lo. Sem o Bahia, o Campeonato Baiano é tão atrativo quanto o Campeonato Capixaba! Sem o Campeonato Baiano, o Bahia tem Copa do Nordeste, Copa do Brasil, Brasileirão e Libertadores para disputar, todos torneios infinitamente mais importantes, interessantes e lucrativos.

Portanto, o Bahia precisa se fazer RESPEITAR pela FBF! Não para ser favorecido, mas para não ser sistematicamente prejudicado, para não serem ele e sua torcida os palhaços desse grande circo que vem sendo, há muito tempo, o Campeonato Baiano! É só seriedade e justiça o que se quer. Ou a FBF respeita o Bahia e para de prejudicá-lo, ou o Bahia implode o circo. Simples assim!

E como proceder com vistas a isso? O mínimo consiste em o Bahia, a Associação e todos os demais envolvidos com o clube fazerem uso de todos os meios disponíveis para manifestar, pública e veementemente, o desconforto do maior clube do estado (e da região) com a arbitragem do Campeonato Baiano, com base em todo o seu histórico, exigindo arbitragem de fora do estado, isenta e de alto nível. Se isto não surtir efeito, o Bahia deveria passar a boicotar sistematicamente o Campeonato Baiano, que pouca ou nenhuma falta lhe faria – tanto desportiva quanto financeiramente –, e utilizar o time sub-20 ou sub-17 na competição, até que a FBF reveja seu modus operandi

O Bahia tem que demonstrar com palavras e, se necessário, com ações, que é ele que tem o poder! Enquanto a reação tricolor aos desmandos da FBF e de sua arbitragem se limitar a manifestações isoladas e descoordenadas de torcedores indignados em redes sociais, o Bahia e sua torcida continuarão sendo tão grandes quanto bestas, resignados em fazer papel de palhaço no circo da FBF, e o Vitória – o grande beneficiário do atual estado de coisas – empilhará êxitos moralmente duvidosos sobre nossa inércia! E estejam certos de que a história, ao menos no futebol, é implacável: ela não celebra os injustiçados nem os covardes, ela só celebra os vencedores.

DIMITRI TAVARES, Sócio Patrimonial do Esporte Clube Bahia (atualmente, tenho um grupo de WhatsApp dedicado a este e outros temas relacionados ao Esquadrão, e me coloco à disposição para interagir com todos(as) que queiram ajudar a fazer o Bahia novamente respeitado, no Instagram @tavaresdimitri).

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