é goleada tricolor na internet
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Publicada em 3 de janeiro de 2006 às 00:00 por Autor Genérico

Autor Genérico

Novos tempos

Felizmente já estamos em 2006, novos tempos portanto. Sinto-me mais otimista, menos intransigente, porém intrépido. Mudar algumas mentalidades seria o meu sonho, naturalmente irrealizável. Não tenho paciência para lidar com o irracional humano, prefiro mais a irracionalidade quadrúpede que nem é tão irracional assim. O homem inventou o antolho para algunas animais e achou a idéia positiva. Só que não raro ele é quem parece usá-lo em suas teimosias.

Falando em antolhos, irracionalidades ou coisas do gênero, acho que uns poucos dirigentes começaram a mudar a forma de fazer futebol e, por consequência, a retirar os “antolhos” – esse triste hábito de não olhar às laterais. Assim é que o Fluminense de Feira levou Gelson para ser seu treinador, o Sport Camaçariense contratou Douglas e Ricardo Longhi está na terra. Provavelmente sondado ou sondando. Seria tão bom se os nossos clubes definitivamente enveredassem por essa forma de reconhecimento aos antigos ídolos! Até porque cada um deles é um técnico em potencial.

Sou favorável à política de se prestigiar a inteligência de ex-jogadores como Ronaldo Passos, Leguelé, Osni Lopes, Léo Oliveira, Romero, Beijoca, Sapatão (atual diretor do Camaçariense), Zé Carlos e tantos outros que não dá prá lembrar. Além de prováveis bons técnicos, seriam atrações à parte do espetáculo. Tomara que os bons ares de 2006 inspirem os dirigentes e eles optem por um modelo mais inovador de fazer futebol. Nosso futebol está precisando de uma dinâmica melhor, necessitamos expandir para crescer.

Estou convicto de que sem uma renovação ampla não iremos a lugar algum. Precisamos mesclar o velho com o novo, mesmo porque o velho não tem necessariamente que ser retrógado. Pode estar eventualmente, mas é aí que entra a renovação de idéias que defendo. Precisamos formar valores em todos os níveis do futebol, a atual estrutura está ultrapassada, obsoleta. Tanto está que nos encontramos incomodados e à margem das principais divisões do futebol brasileiro.

Não é concebível que um clube duas vezes campeão brasileiro esteja afundado na terceira divisão. Olhem que somos a maior torcida do Norte e Nordeste. Em 2004 o Bahia foi o campeão de público e renda, não obstante estarmos à época na segunda divisão. Mas podemos mudar, deveremos mudar. Desde que a gerência do negócio não seja a vaidade. Desde que as ações não sejam apenas de retórica.

Haveremos de sair desse estado letárgico via renovação e com uma profunda mexida no sistema. Isso passa por necessárias mudanças nos princípios culturais e éticos da imprensa e dos dirigentes. A mobilização do torcedor haverá de acontecer em todos os níveis, ele é o alvo natural do processo de mudança e a sua participação é vital. Por que não se formar núcleos independentes em todas camadas da torcida? Talvez seja esse o melhor caminho para uma conscientização massificada.

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E a lei Pelé, hein? Nasceu para beneficiar só um grupo, ao que parece, os empresários da “intermediação” no futebol. Na verdade cerca de 80% dos jogadores pertencem atualmente aos empresários. Esta lei Pelé precisa urgentemente ser revista. Não pode o clube formar o jogador e o homem, numa dificuldade imensa, para depois “entregar” de mão beijada aos vampiros do futebol. Alguém precisa tomar providências urgentes, ou então os autores desta lei terão decretado o fim dos clubes de futebol. Como diz um amigo meu, “os clubes atualmente são barrigas de aluguéis”.

Vamos então conjugar o verbo cavar, só prá encerrar. Eu cavo, tu cavas, ele cava, nós cavamos, vós cavais, eles cavam. Não é bonito, mas é muito profundo.

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