Futebol NÃO deve ser discutido com paixão — embora sendo essa paixão. Futebol tem de ser discutido a partir das possibilidades, com inteligência e sensatez. Está mais que constatado que a lógica no esporte bretão não é simplesmente o fator determinante.
O Corinthians perdeu sua invencibilidade para um clube que está desde o início do certame na zona de rebaixamento. Só Freud explica? Não. A mudança literal do comando técnico no Vitória, que trouxe confiança ao elenco, é que explica com autenticidade o imponderável.
A inteligência, a organização, a determinação, o orgulho próprio e a igualdade numérica é o que funciona num campeonato como o “Brasileirão”, um perde e ganha sem precedentes. Perder fora não é anormal, o problema é como perde.
O que os clubes precisam saber cada vez mais é procurar o comandante certo para o lugar certo. Alguém que seja, também, além de treinador, motivacional. Um campeonato nacional é como uma “guerra”, onde você vai ganhando batalhas com um comando estratégico inteligente e de forte poder de persuadição…
O Sport do Recife saiu da zona de rebaixamento para a parte de cima da tabela com os mesmos jogadores, apenas e tão somente pelo fato de investir num comandante estrategista e exímio gestor de grupo que é Vanderlei Luxemburgo.
Só como exemplo histórico: A Guerra dos Seis Dias, em 1967, foi um conflito armado que opôs Israel a uma frente de países árabes — Egito, Jordânia e Síria, apoiados pelo Iraque, Kuwait, Arábia Saudita, Argélia e Sudão. A guerra durou de 5 a 10 de Junho. Uma vitória com precisão cirúrgica da determinação.
Claro, futebol e guerra são concepções opostas — o primeiro funciona como antálgico, o segundo como causa de dor e sofrimento. Mas os exemplos ensinam que a partir de uma excelente estratégia sustentada por força motivacional é possível surpreender adversários, em teoria mais fortes.
O Botafogo tem um time teoricamente modesto que faz campanhas nos respectivos torneios que disputa, dignas de todos os elogios, e o mérito é do seu comandante Jair Ventura, 38 anos de idade, e a determinação incutida nos jogadores.
Não vejo, por exemplo, diferenças técnicas individuais entre Bahia e Botafogo, sim um gráfico mais linear favorável ao time carioca ditado pela inteligência ávida por resultados positivos do jovem treinador botafoguense, um ambicioso, que sabe motivar muito bem seus comandados, além de ser estudioso e estrategista.
O Bahia não tem um timaço, mas tem time compatível com a maioria dos seus oponentes — o triunfo tranquilo por 3×0 contra o Vasco não contraria o que digo — e tem um técnico que desponta bem neste cenário, é só dar apoio e confiança ao “Black”.
O resto é complexo de inferioridade mal administrada que causa a falta de confiança no próprio potencial que faz, às vezes, o time já entrar derrotado em campo quando joga fora de casa. Isto, se bem cuidado, é completamente reversível.
comentários
Aviso: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do ecbahia.com.
É vetada a inserção de comentários que violem a lei, a moral, os bons costumes ou direitos de terceiros.
O ecbahia.com poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios
impostos neste aviso ou que estejam fora do tema proposto.