O torcedor que vai à Fonte Nova, ou mesmo aqueles que preferem o conforto da poltrona de casa, a única certeza que têm é que o Bahia ainda não pegou no breu e não passa a segurança devida, tornando por consequência a relação de amor com o time sofrida devido à falta de confiança.
Cada contratação do Bahia soa como um brado que depois se torna um fardo com o tempo passando sem que nada aconteça em termos de conquistas em campo e as críticas ardentes desabam em cima do treinador que nem sempre é o culpado, ou será que é?
— O Santa Cruz que antes de Milton era um time tão instável quanto o Bahia está sendo, depois dele mudou da água pro vinho e aí entra a lógica; o treinador não joga mas é essencial em qualquer time de futebol.
Ou será que o treinador joga? Claro que não, mas ganha jogos nos piores momentos de um time de futebol com mudanças táticas inteligentes e visão de campo como num jogo de xadrez — nada contra Doriva, só estou contestando a inverossimilhança da máxima de que treinador não ganha jogo.
A culpa do fracasso eventual atribuída ao técnico de um time de futebol é porque imagina-se que quando o clube vai contratar alguém, o treinador é muito importante com a sua opinião. Agora, se tais consultas não ocorrem no Bahia, Thiago Ribeiro está explicado.
Doriva é um treinador quase perfeito para trabalhar com jovens egressos da base de formação, mas não é suficientemente maduro para trabalhar com atletas rodados. Por exemplo: ele trabalha corretamente ao insistir com Zé Roberto que tem potencial e pouca idade além de ser patrimônio do clube, consequentemente o atleta vem crescendo tecnicamente e o mérito maior é de Doriva.
Já com Thiago Ribeiro, Paulo Roberto e João Paulo ele insiste equivocadamente e cria uma expectativa desnecessária que só faz prejudicar ainda mais os atletas que nesse momento seriam bons reservas e, quando solicitados, poderiam até render mais que o que vem acontecendo. Às vezes o problema é sobrecarga psicológica.
Seriam essas habilidades que estão faltando em Doriva? Também não descarto o fato de empresários de jogadores influenciarem de certo modo em escalações, porque depois dessa famigerada Lei Pelé, ferramenta eles têm. Não sei se é o caso, mas em futebol nada que em tese pareça absurdo na verdade o é.
Ao torcedor o bom senso recomenda calma e menos exacerbação nas vaias ao time durante os jogos, bem como críticas pejorativas ao elenco nas redes sociais.
Também acredito que nem necessárias serão mais essas críticas e vaias porque Cajá e Régis acrescentarão muito ao Bahia que padece sob a falta de um meio de campo cerebral que saiba reter a bola e achar as brechas no momento certo. Esse é um fator que em minha opinião mudará sistematicamente o futebol jogado atualmente pelo Bahia.
De modo que se o clube vai bem na sua parte administrativa, cumprindo regiamente seus compromissos e com dinheiro em caixa, a consequência será o crescimento como time de futebol que na essência é o motivo maior da sua existência. A busca desse objetivo me parece óbvia no clube.
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