O elenco do Bahia não permite pessimismo

A atuação do Bahia contra o Vasco foi dentro dos padrões de quem quer garantir um placar mínimo fora de casa. Não achei errado. O Tricolor não foi apenas defesa, o meio foi bem e na frente havia boa troca de passes que envolvia o Vasco quase sempre. Eu não diria que o Bahia tem apenas uma boa defesa, digo que essa defesa é uma das melhores do país, e Lomba não deve nada aos bons goleiros.

Da mesma forma como acho René um técnico de nível muito bom, acho que ele está se equivocando ao deixar Ricardinho no banco. Craque não se deixa pra depois, acha-se obrigatoriamente lugar para ele no time. Ricardinho deveria estar na partida desde o início, sobretudo pela ausência de Carlos Alberto. Hélder, em detrimento da eficiência de Ricardinho, é brincadeira!

Equivocou-se René quando manteve Souza até o final. Ele estava lento e cansado, natural pelo tempo que passou sem poder jogar, e isto era a principal razão para substituí-lo. Espero que contra o Figueirense o conceito tático seja alterado o bastante para a torcida ver um time aguerrido e pra frente. O jogo é em casa e isso tem de se tornar uma coisa favorável.

Pituaçu não é um monstro medonho. A forma como o jogador tricolor enxerga-o nesse momento é que é deturpada de tal maneira ao ponto de transformá-lo em “casa mal assombrada”. Jogar fora está sendo mais leve, ao que parece. Essa inversão de valores não pode se tornar uma regra, ela tem de ser exceção.

Não dá para entender como um grupo qualificado como tem o Bahia ainda possa se deixar conduzir por superstições ou coisa do gênero. Essa questão de “feitiçaria” regada a sal grosso, patuás e folhas, pode ser deixada por conta do folclore da torcida, assim como fazia o inesquecível Lourinho, normalmente entorpecido pelo amor ao Bahia e por certo derivado da cana. E todos acreditavam que ele era “pai de santo”…

Pai de santo mesmo tem o Souza… Com todo respeito à pessoa dele, gol que é bom não faz e nem dá pista de que fará. “Seo” René, que foi feito de João Neto? Único que não teve oportunidade no seu time. É necessário que se ponha à prova para tirar conclusões que nem sempre se consegue nos treinos coletivos. Nikão, para que o contrataram? Foi testado em apenas um jogo – entrando poucos minutos – e depois desapareceram com ele.

As oportunidades surgem e é negada a quem as merece. Não quero fazer comparações, mas não vejo diferença das dinâmicas de jogo entre Tressor e Ricardinho. Talvez este conduza um pouco mais a bola, enquanto aquele se detém um pouco mais. Mas se deslocam em campo com o mesmo diapasão. Gostaria muito de ver Tressor sendo relacionado com freqüência, assim como gostaria de ver Ricardinho titular nesse time aí, “seo” René!

Se Ricardinho não agüentar os 90 minutos, pode colocar o Tressor que o substituirá à altura. São dois jogadores de características e eficiência parecidas. Aliás, o que caracteriza um bom elenco é a reposição eficiente, e nesse quesito acho o Bahia bem servido, mas René peca porque simplesmente ignora o talento de alguns jogadores e acaba cometendo injustiças.

É bom salientar que não estou me contradizendo, já que na coluna anterior fui absolutamente favorável à permanência de René. E continuo sendo. O mérito dele ao dar um padrão tático ao Bahia, o seu conhecimento teórico e prático do futebol, isso poucos possuem e eu não posso ser injusto negando tal evidência. Questiono apenas a ausência de Ricardinho como titular e a injustiça que ele comete com João Neto e Tressor. Estes jogadores têm de ser aproveitados!

Continuo achando que o momento não é para trocar de técnico, mas ele não deve assumir o poder de decisões sobre o elenco e o time, de forma isolada. O diretor técnico e a sua comissão devem ser ouvidos para o bem da coerência, e isto não quer dizer interferência, sim consenso em favor do clube e pelo zelo ao patrimônio da instituição.

Vica, ex-jogador do Grêmio de Porto Alegre, está dirigindo o ASA de Arapiraca há três anos, inclusive tendo renovado seu contrato recentemente por mais um ano. Nesses três anos, o treinador conseguiu sair da série C para a série B e não por acaso mantém o time há dois anos no mesmo patamar. Registro isto aqui para dar ênfase à minha tese sobre a manutenção de René como técnico tricolor.

Esperemos pelo futuro, pois o presente está dentro do previsto – pelo menos em minha opinião. Acredito num Bahia bem entrosado na próxima fase – nos jogos de volta. O que está acontecendo agora é conseqüência do desentrosamento natural de um time que ainda está em formação. Muita coisa ainda precisa ser assimilada para que tudo dê certo. O elenco e a comissão técnica tricolor não permitem pessimismo.

MARCELO LOMBA

Que fase, hein! Agilidade, colocação, reflexo e coragem sobram nele. Na bola que gerou o gol vascaíno, ele foi travado por um jogador do Vasco e não conseguiu sair do chão, principalmente no momento em que o jogador Elton cabeceou para marcar o gol. Falta que o juiz tendencioso não marcou. Goleiro na pequena área é intocável, assim diz a regra.

JUSTIÇA TRABALHISTA

A Justiça Trabalhista já não penhora nada do Bahia por que este está cumprindo rigorosamente seus compromissos para com os reclamantes. Vale acrescentar que são todos processos de outras gestões. Os acordos feitos na gestão atual estiveram sempre em dia e não foram necessárias atitudes com ações trabalhistas.

NAZARÉ DAS FARINHAS

Tricolores muito especiais em Nazaré são os meus primos Samanta e Humberto. Quanto empate, hein Humberto? Não se aflija, garoto, o time é bom e vai fazer bonito. Abraços e beijos pra você, Samanta e as crianças.