é goleada tricolor na internet
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Publicada em 2 de fevereiro de 2012 às 00:00 por Autor Genérico

Autor Genérico

O futuro do pretérito, do presente e do presenteísmo

Nos tempos da TV movida a lenha, em que Jô Soares ainda era engraçado, e não apenas afetado, reacionário e esclerosado, esse humorista tinha uma personagem no programa Planeta dos Homens cujo bordão, pronunciado com sotaque lusitano, era: “Querias, mas não t’os dou!”.

Minha cambaleante memória evocou essa sentença em associação ao atual imbróglio envolvendo a anunciada contratação do técnico Joel Santana pelo Flamengo-RJ.

O bombardeio das mídias escritas, digitadas, verbalizadas, taquigrafadas, telegrafadas e telepatizadas não deixavam dúvidas de que Joel estaria desembarcando no rubro-negro carioca hoje, flom the mídio, flom the left, flom the ráit e flom birráinde.

Aí aconteceu o inusitado e inesperado: o que irá ser por certo, o que será com certeza, virou o que iria, o que seria, o que poderia to be, mas não foi. Não was como expected. Foi um would que não confirmou a aposta no will. Pelo menos por enquanto!

Mas, cá entre nós, o que eu quero opinar aqui é que Joel should! Traduzindo do joelês: acho que ele deve sair. Não acho que deveria sair. Acho que ele deve, tem a obrigação de sair. Não sei se pro Flamengo ou pro Canto do Rio, mas deve sair do Bahia.

Tem um termo novo circulando nas empresas, principalmente na minha área que é Medicina do Trabalho, chamado presenteísmo. Já estávamos acostumados com o termo absenteísmo, que se refere às faltas ao trabalho por motivo de doença (o velho atestado médico ou, pejorativamente, “bom-bril”). Agora começou a ser estudada essa entidade denominada presenteísmo, a qual se refere aos profissionais que não faltam ao trabalho, mas não estão felizes em seus empregos e, conseqüentemente, vivem sem motivação, com baixa auto-estima, baixa produtividade, desanimados, irritáveis, deprimidos, etc. O corpo do profissional está presente, mas a mente anda longe do trabalho.

Eu tenho poucas dúvidas que a permanência de Joel no Bahia acarretará algo como o presenteísmo. Ele quer ir pro Rio de Janeiro dele. Ele quer a mídia global por perto, pertíssimo. Ele, que andava assustado com a presença da Lusa, do Sport e do Náutico na Série A, que já não demonstrava entusiasmo nem muita motivação com o Bahia, agora não vai ter nenhuma.

Por isso, Joel, se você me perguntar se a sua saída do meu tricolor pode to be, eu respondo: Pode! No pretérito, no futuro e, principalmente, no presente.

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