é goleada tricolor na internet
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Publicada em 17 de setembro de 2013 às 00:00 por Autor Genérico

Autor Genérico

O primeiro erro

Fernando Schmidt foi eleito presidente do Bahia em um sábado, na segunda-feira seguinte tomou posse e na quarta-feira estava no Estádio da Fonte Nova, ao lado dos jogadores, para o jogo contra o time do Criciúma, importantíssimo na luta pela permanência na Série A.

O quê? Fernando Schmidt não estava na Fonte Nova? Tudo bem, eu admito relutar em chamar de “Arena”, mas vocês estão sendo muito críticos, pois entenderam o que eu queria dizer.

O quê? Não foi problema de comunicação, ele realmente não fora ao jogo?

Já sei, problemas de saúde. Afinal, a emoção de ser o primeiro presidente eleito democraticamente é intensa. Recomendação médica: permaneça em casa, muito trabalho a ser feito.

Não, não acredito. Vão me dizer que ele não estava doente, mas mesmo assim não foi ao jogo?

Ora bolas, onde estava então o primeiro presidente eleito pelos sócios do Bahia, no primeiro jogo após a sua eleição?

Em São Paulo? Mas, o Bahia não jogava em Salvador, precisando dos três pontos… (não os de reticências, mas os do triunfo contra o Criciúma).

Afinal, o que fazia o nosso presidente eleito em São Paulo? Na certa, voltou de lá trazendo na bagagem uma contratação de peso, mesmo que não seja Walter.

Ahn? Sequer tinha bagagem ao desembarcar em Salvador, mas apenas uma sacola de mão e as recordações de uma entrevista concedida ao jornalista Juca Kfouri, na Espn Brasil?

Não, não é verdade, vamos falar sério. Nunca, jamais, em tempo algum, o primeiro presidente eleito democraticamente do Bahia iria, no primeiro jogo do clube, em Salvador, deixar de comparecer ao estádio, arena, campo, ginásio, teatro, seja lá o nome que se queira dar, para conceder uma entrevista.

Pelo menos a entrevista foi ao vivo, obviamente.

Como? Não? Quer dizer que foi apenas transmitida no dia seguinte?

Está bem, mas se trata de um programa mensal, quiçá semestral, e que exigia que o entrevistado fosse Fernando Schmidt, aproveitando o momento histórico, ou não?

Infelizmente, não. O programa “Juca Entrevista” é semanal e poderia, muito bem, ter sido gravado na quinta-feira, na sexta-feira, no domingo, ou seja, qualquer dia, e exibido na semana seguinte, sem qualquer prejuízo ao “fato histórico”.

Liderança, respeito, confiança se conquista em pequenos gestos. O presidente Fernando Schmidt tinha obrigação de estar na Arena Fonte Nova, ao lado da torcida – do povão que ama o Bahia mais que tudo –, e não em São Paulo, gravando uma entrevista para um canal a cabo, e depois indo assistir ao jogo com “uma torcida organizada” – como por ele afirmado: sim, eu vi a entrevista, incrédulo, mas sou como “São Tomé”, tem certas coisas que só acredito vendo.

Para, para, para (sem acento, após a reforma ortográfica que nunca entra em vigor definitivamente).

Duvido que ele tenha assistido ao jogo com “uma torcida organizada”, afinal, ele é o presidente eleito de uma das maiores torcidas em São Paulo, de times de fora do estado. Provavelmente, colocou um telão no “Centro de Tradições Nordestinas”, para assistir à partida, ao lado daqueles que deixaram sua amada Bahia e lutam pela sobrevivência na capital paulista.

Não? Realmente, ele não fez isso? Assistiu ao jogo, sabe-se lá onde, com “uma torcida organizada”?

Mas, presidente… Aproveite, quando for a São Paulo conceder outra entrevista, para conversar com Luiz Gonzaga Belluzzo (ex. presidente do Palmeiras) e saber qual o fim de envolver administração de um clube de futebol com torcidas organizadas e não terá boas notícias.

Não votei na eleição do Bahia, pois não moro em Salvador e não sei em quem votaria. Entretanto, torço para que Fernando Schmidt não faça da sua gestão um “onze de setembro” para o Bahia (aos desatentos, a quarta-feira acima referida foi um 11/09) e que passe a valorizar alguns gestos, pois demoramos (sim, nós todos, torcedores, mesmo que desorganizados) muito para conquistarmos o direito de votar e de indicar o rumo que queremos.

Então, que comece retribuindo a quem o elegeu: vá aos jogos. Óbvio que Fernando Schmidt não faz gol, mas depois de um ano conturbado, o que mais se precisa é mostrar que há, agora, um comando, uma presidência.

***

Por falar em gestos, essa atual direção poderia corrigir o erro das anteriores e fazer algo em prol das famílias daqueles que morreram no fatídico Bahia x Vila Nova, em 2007, na Fonte Nova.

Mas, isso é assunto para outra coluna; por hoje, basta.

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