é goleada tricolor na internet
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Publicada em 30 de maio de 2011 às 00:00 por Autor Genérico

Autor Genérico

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O Reencontro da Nação

O resultado não foi bom. Empate em casa representa perda de ponto irrecuperável. Fizemos uma boa partida, a torcida fez sua parte, os jogadores se dedicaram e não se intimidaram diante do adversário. E o melhor de tudo foi ver o torcedor reencontrando o maior do N/NE em sua casa. Maravilhoso!

Começamos a partida marcando forte e tentando partir de forma organizada ao ataque. Desde o início ficou claro que Marcone teria a missão de marcar Ronaldinho. Isso poderia facilitar a infiltração do Flamengo pelo meio. Mas o posicionamento de Fahel dificultou bastante a progressão deles.

Gabriel está surpreendendo bastante como lateral. Chega ao ataque com facilidade e dá conta do recado na marcação. Lulinha voltou a jogar bem. Aos poucos vai se soltando e encontrando a melhor maneira de se entrosar com Souza e Jóbson. Ávine apareceu, foi mais efetivo. Hélder esteve muito discreto. Recebeu um amarelo por imprudência e um vermelho, a meu ver, equivocado.

Ao contrário da maioria, não achei a defesa tão mal assim. É preciso reconhecer os méritos do adversário. Não estávamos enfrentando um time sem qualidade. No primeiro gol do Flamengo, Ávine foi enganado por Thiago Neves, que deixou a bola passar para Galhardo. Este cruzou para Ronaldinho se antecipar a Marcone e empatar o jogo.

Já no segundo, a jogada foi parecida. Dessa vez, Titi se deixou enganar e não conseguiu evitar que a bola chegasse a Botinelli, que não deu chance a Omar e empatou novamente a partida. No terceiro, aí sim, houve falha. Marcos foi muito apático na jogada. Além disso, é básico saber que quando se chega à linha de fundo o mais correto é cruzar pra trás. Egídio chutou a bola sozinho.

Souza deu conta do recado. Fez o que sabe e o que se espera dele. Trabalhou bem como pivô, lutou com os zagueiros, deu passes e ajudou bastante na marcação. Ontem não teve chances de marcar. Jóbson é um atacante diferenciado. Habilidoso, rápido e muito participativo. Não foge da disputa, chuta bem e facilita para os homens do meio, já que não aceita marcação adversária e procura sempre os espaços vazios. Parece realmente que quer se redimir dos erros cometidos no passado. Espero que ele retribua ao Bahia mais essa oportunidade.

Omar foi suficiente. Parecia nervoso no início, mas depois mostrou a tranqüilidade de sempre. É um goleiro que tem muito a crescer. Eu ainda acho que ele será o titular. Maranhão entrou bem e foi decisivo na jogada do gol de empate. Thiego fez uma das suas melhores partidas. Não me lembro de ele ter perdido um lance sequer. Tem melhorado até nas jogadas em que precisa sair jogando.

O que me deixou satisfeito foi, mais uma vez, ver a organização do time em campo. Mesmo estando com um a menos e atrás do placar, tivemos calma para trabalhar a bola e chegar ao empate. E, durante o jogo, vi mais jogadas pelas laterais do que na partida contra o América-MG. Acho que faltou um pouco mais de aproximação entre Lulinha, Souza e Jóbson.

A jogada do primeiro gol de Jóbson é característica de um time que está sabendo o que fazer. Ávine puxou o contra-ataque e esperou a hora certa pra tocar. Lulinha recebeu, levantou a cabeça e cruzou. A bola atravessou a área e sobrou para Jóbson finalizar. Parecia treino.

Minha preocupação ficou por conta da queda do segundo tempo. O Flamengo tomou conta do jogo. Não me pareceu ordem de René o recuo do time esperando o momento exato de atacar. Pelo que vi, acredito que o time sentiu o desgaste físico. Se foi isso, vamos precisar melhorar muito para manter o nível nos dois períodos.

Dentro de casa temos de nos impor sempre, independente do adversário. Se René utilizou como estratégia marcar o Flamengo no nosso campo visando o contra-ataque, para mim, ele errou. Não vi isso no primeiro tempo, mas pelo segundo fiquei na dúvida.

Enfim, estamos no caminho certo. Ainda precisamos de uns cinco reforços para fechar o elenco. Mais dois atacantes, dois meias e um lateral. Algumas dispensas são inevitáveis e por isso as reposições deverão ser mais criteriosas. É hora de errar menos.

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A arbitragem foi confusa. Alguns erros de critério e posicionamentos equivocados marcaram a atuação de Cléber Abade. O pênalti em cima de Ávine foi indiscutível, e por estar distante ele não assinalou a infração.

Foi um erro crasso que influenciou diretamente o resultado da partida. Parece que a diretoria, acertadamente, vai reclamar junto à CBF. É de direito e justificável. Só é bom lembrar que uma hora seremos vítimas, outras não.

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As contratações de Ricardinho e Carlos Alberto foram oficializadas. Tecnicamente são dois bons jogadores. Podem ser úteis e nos ajudar bastante, tudo vai depender dos objetivos pessoais de ambos.

Sejamos honestos. Se estivessem bem, dificilmente eles desembarcariam por essas bandas. Um já está no final de carreira, o outro, digamos, no meio do caminho. Financeiramente parecem bem resolvidos. No histórico profissional dos dois, apesar de muitos títulos, também há bastante confusão. Minha grande dúvida: o Bahia seria desafio ou mais uma passagem conturbada?

Esquecendo as interrogações, acredito que serão nomes importantes pro time. Ricardinho tem o estilo de jogo que há muito precisamos. Cadencia, arma, marca e é um líder em campo, uma referência. Não lembro a última vez que tivemos alguém com essas características. Talvez, Robert seja o mais próximo. E sabemos bem a importância dele na campanha de 2004, mesmo não conseguindo o acesso.

Carlos Alberto é mais arrojado, mais habilidoso e mais agressivo em todos os aspectos. Essa é uma das preocupações. Ele é muito instável emocionalmente, a qualquer momento perde a cabeça. Com a bola nos pés, num lampejo ele pode deixar os atacantes em condições de decidir uma partida.

A utilização de ambos vai depender muito das condições físicas de cada um. Hoje nosso meio-campo marca bastante. Com Ricardinho e Carlos Alberto não teríamos essa característica. Em compensação, o time seria mais agressivo. Com treinamento e boa vontade tudo é possível.

Há que se destacar o esforço da diretoria. O mercado brasileiro está escasso, os bons jogadores já estão empregados. É um risco esse tipo de contratação, sim! Pode dar errado, também! Mas é preferível arriscar dessa forma a fazer apostas nesse momento.

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Ouvi um boato na imprensa que dizia existir um suposto interesse do Bahia em Viáfara e Neto Baiano, ou que ambos foram oferecidos. Se foi verdade mesmo, queria registrar algumas considerações sobre estes dois profissionais.

Tecnicamente eu os considero comuns, sendo muito bonzinho. Este já seria motivo suficiente para não colocá-los em qualquer lista de reforço. Fora isso, a conduta de ambos utilizando as palavras para menosprezar adversários, é inaceitável. Principalmente, sendo este o nosso Tricolor.

Eles não têm noção da grandeza e tradição do Bahia. Talvez seja por terem passado uma parte das carreiras jogando no maior vice de tudo de todos os tempos. Daí, eles se nivelam por baixo e tendem a achar que todos os times são iguais.

Um se achou no direito de falar da nossa estrutura e desdenhou nossos títulos. O outro disse que o Bahia é a sua cama e que sempre se deita nela. Geralmente, jogadores com esse tipo de atitude, que é desprezível em qualquer situação, exibem um currículo mais vitorioso. Não é o caso de Viáfara e Neto Baiano.

Pelo que andei pesquisando, Viáfara tem quatro títulos em mais de 15 anos de carreira. Neto Baiano tem dois já com 10 anos de bagagem. Muito pouco para tanto falatório. Confesso que esperava mais.

Portanto, Viáfara e Neto Baiano, o nosso time não serve para vocês. Por terem um currículo tão vitorioso, e já que somos tão inferiores, tão pequenos diante da grandeza dos nobres atletas, permaneçam onde estão ou que sejam felizes em qualquer lugar, menos no maior campeão do N/NE do país.

O Bahia, digníssimos atletas, é patrimônio cultural de um Estado; representa uma nação com mais de cinco milhões de apaixonados; é muito mais que uma religião; é paixão, glória e tradição.

Felizmente pra nós, vocês foram parar num clube à altura de suas histórias e que tem a terceira maior torcida do Estado. Não acredito que nenhum dos dois tenha condições de vestir o nosso manto sagrado. Sintam-se campeões por terem vencido importantíssimos campeonatos baianos, e honrados por perderem títulos e conquistas para Baraúnas, Botafogo-PB, Colo-Colo e Bahia-FSA.

Deixo aqui meu protesto, MGF. Se houve realmente alguma sondagem, peço que reveja os fatos. Não sei o que pensa a Nação Tricolor. Resolvi fazer esse desabafo por ver que as sandices proferidas por esses nobilíssimos profissionais não foram tratadas como deveriam, tampouco eles foram colocados nos seus devidos lugares.

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