Pobre futebol moderno

E o futebol vai perdendo o seu encanto e as suas maiores virtudes, a classe e o extasiante momento do gol. É lamentável vermos seleções tradicionais usando poderosos esquemas congestionando o meio de campo em detrimento da alegria máxima de uma partida, o gol. A essência do futebol está morrendo, o futebol romântico do quatro-dois-quatro há muito tempo se tornou apenas uma saudade. O modernismo de Telê Santana deu lugar aos esquemas retranqueiros e essa não era a intenção do mestre Telê, ele queria algo clássico que permitisse aos craques exporem o dom que Deus os deu, de forma inovadora porém objetiva.

O futebol de agora é apenas um triste e feio laboratório com capacidade de transformar seleções iguais a Itália em campeãs, técnicos adeptos ao 0x0 e no máximo 1×0 como Parreira e Felipão em estrelas, e jogadores como Materazzi, Lúcio, Robert Huth, Ayala, Vieira e outros que jogam atrás, em “os melhores” de suas seleções. Não que não sejam, mas jogam do meio para trás. Observem que Zidane foi eleito o melhor jogador da Copa (com toda justiça), mas qual a sua posição? Meia. Teria que haver o melhor goleiro e escolheram Buffon, certo, mas este não fez durante toda a Copa meia duzia de defesas sensacionais ou dificílimas, ele é realmente o melhor diante dos esquemas sem atacantes que existem por aí.

Com muito saudosismo sim, mas os vídeos tapes mostram o futebol romântico ao qual me refiro, aquele do tri em 1970 no México, ou mesmo aquela exibição na Espanha em 1982. Mas a verdade é que os atuais técnicos e os interesses empresariais dos patrocinadores estão acabando com o mundo mágico e encantador do futebol. Os técnicos, se pudessem, colocariam onze robôs em campo, obedientes ao extremo. Mas como não podem, então, transformam craques em marcadores e os naturais marcadores em “armários” indispensáveis ao esquema (vide Emerson) deles, treinadores.

Não sei qual o futuro que a FIFA pretende para o futebol, penso que alguma atitude que possa salvaguardar a essência (o gol) deste será anunciada nos próximos três anos. A Copa deste ano foi uma das mais organizadas, mas foi também a mais pobre de técnica, os atacantes e os ditos craques jamais apareceram como se esperava, sucumbiram diante das viris defesas, estas sim, foram as “estrelas” da Copa. Zidane bem que tentou nos levar de volta aos tempos do futebol arte, onde os gols eram simples consequências das genialidades de craques como ele, tentou porém sem se dar conta de que estava irremediavelmente relegado à solidão no mundo mágico da bola.

Tenho a impressão de esta Copa foi o divisor de águas. Acho que chegou a hora de matar de vez o futebol ou então a vez de ressuscitá-lo definitivamente. Não seria o momento oportuno de se acabar com o famigerado impedimento de mesma linha? Vejo isto como uma regra atual que dá márgem a “erros” assustadores, dificultando ainda mais o objetivo maior do futebol que é o GOL. Mas vamos esperar que tenha servido para alguma melhora às sucessivas disputas em prorrogações e em pênaltis, na Copa deste ano.

Falemos um pouco do Bahia, é claro! Vi de forma positiva a intertemporada feita em Jequié e Ipiaú. Vi de forma positiva a manutenção da equipe que se não ganhou o Campeonato Baiano, contratou os melhores jogadores do certame. Sinto que o planejamento começa a acontecer no Bahia, pois há indicadores. Nossa jornada começa no próximo dia 16 em Aracaju, e com o apoio da torcida deveremos ver e ter um time jogando pra frente, sem medo, fazendo os gols que certamente nos trará de volta à Segunda Divisão.

Costumo de dizer que a Terceira Divisão é a “Árvore dos Enforcados”, só nos livraremos da forca se não tivermos o medo estampado nas atitudes dentro de campo diante dos nossos carrascos. Isto aquié o Bahia, time de tradições como nenhum outro dos que estarão disputando esse humilhante campeonato. O Bahia é bi-campeão brasileiro e isto pesa, faz tremer adversários, temos a maior torcida do Norte/Nordeste e isto aumenta a responsabilidade dos nossos jogadores e o respeito dos adversários, este é o Bahia da Bahia e do Brasil. Esta conscientização precisa estar em cada componente da comissão técnica e em cada jogador. Boa sorte para nós!

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Um abraço para o amigo Nelson Barros, voltou da Argentina escrevendo uma reportagem feita lá (http://www.freewebs.com/nbarros) e voltando a atualizar normalmente o ecbahia.com.br. Acho que em futuro próximo este site deverá estar muito mais interessante e amplo.

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Pessoal que vai viajar para Aracaju neste sábado… cuidado com os excessos, principalmente ao volante, a Linha Verde é bonita e bem construída, mas há muitas curvas e ladeiras e não raro, principalmente à noite, animais na pista.