Rei morto, rei posto

Rei morto, rei posto. Passou a Era “GG”, Preto Casagrande assume provisoriamente e, quem sabe, seja ele efetivado devido à sua vivência como auxiliar de Guto. É uma possibilidade. Claro que a tendência é que se contrate um profissional mais experimentado e o presidente tricolor deve estar tentando.

Falam em nomes, mas nada fora do campo de especulação. Fala-se de Levir Culpi, Jorginho, Ricardo Gomes — este é agregador, além de competente –, Cristóvão… será que não dá pra encaixar Fernando Diniz nesse pacote? No conceito de boa parte da torcida, estão nomes emergentes, porém, o presidente do Bahia não deve apostar nesse nível dentro de uma competição onde os fatores permanência e rebaixamento são por demais relevantes para o futuro do clube. 

Se fosse para apostar, melhor seria apostar em Preto Casagrande porque ele conhece o elenco, o sistema metodológico, é inteligente e está encaixado na estrutura administrativa do clube. Se estiver bem relacionado com o grupo é uma opção que dá tempo ao presidente Marcelo ir ao mercado sem o pires na mão.

Quanto à “dança” de treinadores, isto é uma questão orçamentária. O Bahia tirou Guto da Chape e o Internacional o tirou do Bahia. É o caso da escalada à parede: quem tem unhas maiores vai galgando seu objetivo pisando na cabeça de quem está abaixo. É a lei do mais forte que funciona dessa forma no futebol brasileiro.

Enquanto não houver uma regulamentação ética sobre o polêmico passe livre que tem os clubes e treinadores para mudarem no momento em que quiserem mudar, fica muito complicado a estabilidade dos projetos de ambos os lados.  Existem multas que regulam contratos mas não impedem a interrupção de um projeto. Elas são pagas e fim de papo.

É a lei de causa e efeito. Exemplo: será que se o Bahia não tivesse conquistado a Copa do Nordeste, somando ainda as duas derrotas contra Vasco e Botafogo, o treinador não estaria agora com um pé, ou os dois, na rua? Possivelmente, Guto pensou e concluiu que se não tivesse uma boa performance nos próximos três jogos poderia ser demitido e aí nem Bahia e nem Internacional, nem o prestígio seria o mesmo de agora. Ora, farinha pouca, meu feijão primeiro…

Apesar de todas essas questões resvalarem no aspecto da solução de continuidade, acho que não haverá interrupção no projeto do Bahia porque Marcelo Sant’Ana vem se revelando um presidente equilibrado e objetivo. Aprendeu e melhorou muito, principalmente, quando se desvestiu da prepotência e abraçou o cargo de gestor com liderança e atitudes saudáveis, postando-se humilde, porém, enérgico e austero no trato da sua função.

A instituição Presidente foi exemplar, simples e objetiva na pessoa de Marcelo Sant’Ana quando detreminou: “Se não está feliz, pode ir, não queremos nenhum profissional infeliz aqui, mas o Bahia só o libera com pagamento da multa e à vista”. Assim foi feito.

O Bahia não tem o mesmo orçamento que têm os clubes grandes do Sul e Sudeste. A briga nesse quesito é muito desigual. O fato de o Sport ter levado Vanderlei Luxemburgo não é um exemplo de investimento, é um “tudo ou nada” perigoso. Os orçamentos dos dois clubes são relativamente iguais, mas as circunstâncias do Bahia são melhores neste momento. Bahia me parece mais organizado e tem a conquista da Copa Nordeste à seu favor e disputa só uma competição, diferentemente do Sport.

Enfim, vamos aguardar o desenrolar do imbróglio pra ver em qual direção acontecerão os fatos. Não acredito na vinda de Cristóvão. Apostaria em Jorginho, Ricardo Gomes ou Diniz. Levir Culpi me parece acima do orçamento tricolor, embora não tenha eu nenhuma dúvida que seja Levi o sonho do presidente Marcelo.