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Publicada em 28 de outubro de 2015 às 00:00 por Autor Genérico

Autor Genérico

Serapião e a tecnologia no futebol

Foi no ano de 1976, Bahia x Vitória, o mais significante jogo do então árbitro Manoel Serapião Filho. Haviam decorridos 15 minutos de jogo e ele havia marcado dois pênaltis legítimos contra o Bahia. O primeiro foi convertido em gol; no segundo pênalti Beijoca cavou um buraco na marca fatal e Serapião aplicou cartão amarelo. Buraco tapado, a catimba continuou, Osni sentiu o efeito dela e desperdiçou a cobrança… mais tarde, mais confusão e houve a expulsão de Romero, porém o Bahia virou o jogo para 2×1, e ali estava marcado para sempre o jogo na carreira daquele jovem árbitro.

Assim, efetivamente começou a brilhante carreira de Serapião, hoje um dos meus companheiros de Baba nos finais de semana em Lauro de Freitas, na chácara de Ival Figueiredo. Curtidor de um bom vinho no pós baba, juntamente com Genaldo Vargas e Celso Cirne, há algum tempo fez um projeto para a FIFA simplificando as regras do futebol. Devido às favoráveis circunstâncias, Serapião vive um estado de espírito excelente e faz questão de dizer que isto também é uma vitória da Bahia e dos seus amigos.

Essas regras acompanhadas de tecnologia são criações dele e consistem em facilitar as arbitragens e o futebol como um todo, evitando assim polêmicas que tendem a deixar o futebol menos romântico e mais intolerante. Entre alguns projetos apresentados, o do baiano Manoel Serapião é o que mais agradou aos integrantes do International Football Association Board – IFAB — órgão mundial responsável pelas regras. Vale salientar que a FIFA não tem autonomia para alterar as regras do futebol, só o IFAB pode alterar essas regras.

Inteligente e convicto das necessidades de uma arbitragem mais simples e sem nenhuma burocracia que embace o espetáculo em campo, Serapião apresentou o projeto que está em fase de análise conclusiva.

São dois projetos distintos, mas o que está praticamente aprovado é o que o AV — Árbitro de Vídeo, de acordo com o projeto de Manoel Serapião — corrige erro claro e indiscutível do árbitro de campo em lances decisivos, como gols, pênaltis marcados ou não marcados, e expulsões — o AV, pela clareza do lance, decidirá e o árbitro apenas cumprirá sua decisão. Na proposta concorrente, o AV apenas informaria e o árbitro decidiria, mas este teria que ver o vídeo em campo e isso causaria muitas paralisações e daria porre sem bebida no torcedor.

O projeto de autoria de Manoel Serapião simplifica isto, dando autonomia absoluta ao AV — repito, criação dele –, que ficaria em uma cabine fechada e dinamizaria mais a partida de futebol, porque as paralisações seriam raras, ao contrário da outra proposta. Daí a tendência de o IFAB aprovar o projeto.

Além desse projeto em fase conclusiva, Serapião apresentou sugestões para nova redação pertinente ao caso de mão na bola, que Pierlugi Colina e outros membros do TAP apoiaram. Pelo visto, vem mais sucesso por aí.

Manoel Serapião Filho é Instrutor da FIFA, diretor técnico da ENAF — Escola Nacional de Arbitragem da CBF — e responsável da CBF pela implantação de tecnologia. Vale ainda acrescentar que ele, Manoel Serapião, é membro efetivo do TAP — Painel técnico consultivo do IFAB, que é um colegiado composto por 6 membros em todo o mundo, cada um representando uma Confederação e Serapião representa a CSF — Confederação Sul-Americana de Futebol.

O que impressiona na figura simples e educada de Serapião é que tudo isso é feito com muita humildade e, de igual modo, bastante profissional com um conhecimento de causa incomum. Daí que, por uma questão de justiça, me senti na obrigação de escrever um pouco sobre este ilustre professor de arbitragem da FIFA, que enaltece ainda mais o orgulho de ser baiano. De modo particular e honrado por privar da sua amizade, fico muito orgulhoso também.

CHARLES FABIAN

Se passar pelo Botafogo neste final de semana dará um passo importantíssimo com o Bahia rumo a Primeira Divisão. São 18 possíveis pontos a serem conquistados, mas suponhamos que só conquiste 13, sendo mais pessimista 12 pontos seriam ideais, mas a torcida não ficará triste se fizer a conta do chá, 10 pontos.

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