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Publicada em 6 de outubro de 2010 às 00:00 por Autor Genérico

Autor Genérico

Tênis certo para correr

Praticar corrida é sem dúvida um dos esportes mais simples que existe, pois é o único que não precisamos de nenhum equipamento adicional, nem raquete, nem bolas… Assim, a corrida é um esporte democrático e fácil de praticar, já que o atleta só necessita de um par de tênis e boa vontade. Será que você sabe como escolher o tênis ideal pra praticar este esporte? Será que estes tênis cheios de amortecedores são os melhores? É sobre isso que vamos falar.

Os tênis de corrida reduzem os picos de força e a intensidade das ondas de choque, para aproximadamente 33% e 39 %, respectivamente, quando comparadas às medidas registradas ao caminhar com os pés descalços.

O mais importante na hora de comprar um tênis, porém, não é a marca, o preço, nem o design, mas adequar o modelo certo para suas características, seja de corredor, como pisada, quilometragem e tipo de treino, com as características pessoais, de peso e altura.

A marcha é um ato extremamente natural, mas qualquer alteração – seja no calçado ou mesmo no terreno – pode levar a grandes alterações na biomecânica do movimento. Alterações no tênis podem causar, assim, problemas não só no pé, mas nos joelhos, quadril e coluna.

Como escolher seu tênis

Muitos escolhem seu tênis baseado na beleza, no aspecto ou até mesmo na quantidade de amortecedores que ele tem, mas definir um tênis ideal vai muito além disso.

Definir um único tênis como ideal, então, é praticamente impossível, pois eles são específicos pra cada tipo de pessoa. Melhor ainda, para cada tipo de pé e pisada. Adiante vamos entender o que é exatamente isso e como podemos defini-las.

Uma das recomendações dos especialistas é sobre a vida útil, que não deve ultrapassar 600km a 900km. Muitos podem pegar um tênis com 600km e olhar pra ele e pensar: “mas ele ainda está novo”. Realmente, às vezes acontece, mas pra quem estuda estes calçados sabe que o que ocorre é que eles perdem as características deles, tais como: Dureza da borracha, relaxamento do amortecedor, dilatação de estruturas etc.

Os tipos de pé e pisada

Para escolher o tênis certo, um passo importante é saber o formato do seu pé e seu tipo de pisada. São três os “tipos” de pé: o de arco alto, que é conhecido como pé cavo, o de arco normal e o de arco baixo, ou “pé chato”. Veja a figura ao lado.

Veja que pra definir isso existe um relação ente a parte anterior do pé e o que se imprime na parte média do pé.

Além do formato do pé, a forma como ele atinge o chão também influencia na escolha do tênis. Lendo uma reportagem do fisioterapeuta de uma clínica de um grande amigo de São Paulo, vi a melhor definição para fazer entender o que é a pisada. O fisioterapeuta Reginaldo Fukuchi, membro do Laboratório de Movimento do Instituto Vita e do Laboratório de Biofísica da USP, explica quais são os três tipos de pisada existentes e suas principais características:

Pronadora: “A pronação vai haver em todo corredor, a diferença é que quem é pronador faz isso excessivamente”.

Na pisada pronada, o corredor apóia o lado de fora do calcanhar no chão e move o pé para dentro, passando pelo dedão e terminando no dedinho.

Supinada: “Assim como na pronada, na pisada supinada também acontece pronação, contudo, em um grau bem inferior. Neste tipo de pisada, há uma sobrecarga na parte de fora do pé do corredor”.

Aqui, acontece o inverso da pronação. O atleta começa o movimento de pisada com a parte de fora do calcanhar, mas faz um movimento de apoio da parte externa do pé, até o dedinho.

Neutra: “É o tipo de pisada com maior equilíbrio. Nela, há uma pronação mínima, de 8 à 15 graus. O movimento com o calcanhar não sofre nenhuma alteração para os lados do pé”.

Neste tipo de pisada, há um movimento invariável desde o calcanhar até a ponta do pé, e forma uma pegada reta e constante.

Sabendo disso é que vamos definir o tipo de tênis apropriado:

• Estabilidade (Stability): Os tênis desta categoria geralmente apresentam um solado semi-curvo e oferece uma boa combinação de amortecimento, suporte e durabilidade.

• Controle de movimento (Motion control): Esta categoria possui os tênis mais rígidos e são feitos para controlar a pronação excessiva. Geralmente, são mais pesados, duráveis e seu solado é plano para oferecer maior estabilidade e suporte. Dica: Corredores com pé chato se dão melhor com este tipo de tênis.

• Amortecimento (Cushion): Os tênis desta categoria possuem um solado mais macio, maior amortecimento e menor suporte. São feitos com solado curvo ou semi-curvo, para que possa estimular o movimento do pé. Dica: Pessoas que tem o arco do pé alto costumam se dar bem com este tipo de tênis.

• Performance (Performance ou Lightweight): Feitos com solado curvo ou semi-curvo. Este tipo de tênis é leve e geralmente usado para competições. Dica: Usar como um segundo tênis e usar em provas tênis com maior amortecimento e suporte.

• Trilha (Trail): São desenvolvidos para utilização em trilhas, terrenos acidentados ou enlameados. Possui maior tração, são estáveis e duráveis. Nesta categoria encontram-se tênis feitos exclusivamente para trilhas.

Conheça seu tênis

Agora que você já conhece mais sobre a parte fisiológica da passada é hora de entender mais sobre seu tênis. Cada parte do calçado tem sua importância. Veja na figura abaixo a função de cada uma delas.

1. Cabedal é o corpo do calçado;

2. Palmilha é responsável pela postura correta do pé dentro do calçado;

3. Entressola é a camada entre o cabedal e o solado;

4. Sola externa é fabricada com diversas camadas, para agir conforme as necessidades de cada parte do pé. A sola do tênis divide-se da mesma maneira que a pisada:

A. Calcâneo: Responsável pela estabilidade, amortecimento e impulsão;

B. Médio-pé: Feito em material duro e resistente, forma uma “armadura” para dar estabilidade;

C. Antepé: tem o “bico” levantado para facilitar o movimento da passada, que dobra naturalmente a parte da frente do tênis.

Dr. Fabio Costa CREMEB 15998 TEOT 8421 e-mail: [email protected]
Médico Ortopedista pela Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT)
Especialização pela U.S.P. em Cirurgia Video-Artroscópica e Cirurgia do Joelho
Pós Graduação em Traumatologia Desportiva pelo C.E.G.O.N. do HCFMUSP
Titular da Soc. Latinoamericana de Artroscopia, Rodilla e Desporto (SLARD)
Titulo de Especialista pela Soc. Bras. de Traumatologia Desportiva (SBTD)
Titulo de Especialista pela Sociedade Brasileira de Artroscopia (SBA)
Chefe do Grupo de Joelho e Traumatologia Desportiva do INSBOT
Coordenador de Ortopedia da Clinica São Bernardo
Médico Coordenador do Esporte Clube BAHIA
www.insbot.com.br
www.doutorfabiocosta.wordpress.com.br

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