Bi-polarizado sim, mas também o de menor incidência dessa babaquice de brigas entre torcedores. Diria sem medo de errar que na Bahia o futebol continua sendo um bom programa familiar aos domingos — que o digam tricolores apaixonados pelo clássico como a linda Jussiara Gravatá e Márcio Duplat que não dispensam Bavi nem sob chuva, raios e trovões.
No clássico de domingo teremos torcida mista — até aproveito para parabenizar os respectivos presidentes de Bahia e Vitória por darem esse pontapé inicial restabelecendo, mesmo que timidamente, o civismo no futebol baiano. É um avanço, mas ainda é pouco.
Esse maldito 90% do mandante deixa o futebol cinzento e o torcedor cada vez mais na confortável poltrona em frente à TV. Um dos meus desgostos no futebol aconteceu quando inventaram esse tipo de norma separatista que esvaziou a beleza da festa nos estádios em dia de grandes clássicos.
Que pelo menos fossem destinados 40% dos ingressos ao visitante nos clássicos domésticos. Sem essa desculpa de briga porque há policiamento para educar os desordeiros e desorientados babacas.
Agora, o mínimo que os clubes e a imprensa deveriam fazer seria campanhas educativas, e, por parde das autoridades de segurança, punições severas aos desordeiros.
Bavi quer dizer rivalidade, mas não inimizade. Quer dizer discussão mas não assassinatos, às vezes. Futebol tem de ser antagônico dentro de campo, nas ruas e redes sociais jamais!
Torcida não é uma força com espírito armado, torcida é motivo de festa e fraternidade. Posso ser um sonhador, mas se formo opinião é porque acredito no resgate do espírito cívico do cidadão.
Quem ganha com a volta das duas torcidas aos clássicos é o futebol da Bahia e o próprio torcedor. Os estádios ficarão mais belos e a festa torna-se-á mais contagiante.
Só espero é que que a iniciativa dos dois clubes leve de fato o futebol à democracia total dentro dos estádios e com isso podermos voltar a ver o show de duas torcidas ao mesmo tempo.
Agora, o torcedor tem o dever de ser consciente do seu papel que outro não é senão incentivar o seu time em campo e usar as redes sociais à favor da paz.
As chamadas torcidas organizadas têm de repensar, também, o seu perfil e requalificá-lo. Atualmente essas facções tornaram-se um meio de transgressão e não uma representatividade…
A democracia das eleições nos clubes vem aumentando e, por consequência, cria a premissa de externar e estancar as insatisfações do torcedor a cada período e cada vez mais colocá-lo nas arquibancadas, porque é ali o seu lugar de protesto ou aplauso, por direito, e não invadindo locais de trabalhos nos clubes para em nome de uma “reivindicação” praticar desordens.
A chance está aí, torcida mista é o caminho de volta aos bons e românticos tempos. Vamos aproveitar e mostrar que podemos ser melhores.
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