Não tem graça nenhuma esse absurdo de torcida única nos estádios de futebol. Ainda bem que na Bahia as torcidas são pacíficas dentro e fora dos estádios isto é, com casos isolados de baderneiros, é verdade, mas, em relação a São Paulo, a Bahia dá show de desportividade.
Não consigo colocar em minha cabeça essa diáspora que cerceia direitos. Futebol é, principalmente, de responsabilidade da Segurança Pública, portanto, os meios legais existem para coibir exemplarmente a ação dos vândalos. Por que não?
Lembro-me dos Ba-vis de outrora, o máximo que acontecia fora dos padrões da época era algum desavisado torcedor confuso quanto a espaços penetrar em uma das duas torcidas e ser expulso aos empurrões e sem a camisa do clube amado, já aquela altura transformada em trapo.
Hoje não é mais assim, a coisa exacerba-se a partir dos dirigentes com esse negócio de só permitir dez por cento da torcida do clube não mandante. Errado também é dirigente de clube negociar com torcida organizada, isso abre precedentes que acabam com os limites. Um clássico tem de ter presente as duas torcidas, pois o futebol pelo qual me apaixonei era disputado, também, nas arquibancadas, para ver quem mais torcida tinha no estádio.
Qual a principal razão dos clássicos? A festa das torcidas, claro. Que graça tem dois times em campo com uma só torcida na arquibancada? Dá sono até nas corujas. Cansei de ver casais na torcida mista usando camisas de Bahia e Vitória e ninguém os incomodavam falo do passado nem tão remoto assim.
Futebol, no meu modo de pensá-lo, é um estado de espírito e não um estado de guerra. Infelizmente, penso esse futebol isoladamente no meu mundo romântico… A bola, coitadinha, tornou-se um grande negócio que movimenta bilhões de $$$, que ancora torcidas organizadas (…) e dirigentes numa união de interesses que chega a ser patética!
A deformação do comportamento é um fato real que assusta o cidadão torcedor e a sociedade sadia como um todo. Isso é consequência da má educação recebida em casa e aprimorada na escola pública atual. Além das leis frouxas do nosso país, evidentemente.
Lugar de torcedor é nas arquibancadas e não em CTs, ou salas de diretores de clubes, onde se trabalha duro e exclusivo para a melhor performance do espetáculo. De quem é a culpa? Dos dirigentes que deixaram o monstro crescer pensando domá-lo no futuro e perderam o controle. Monstro é monstro e dele só se pode esperar reações inimagináveis, sempre pro lado pior.
Depois falam por aí que as famílias estão se afastando dos estádios… Claro que sim! Organizem o calendário, moralizem o futebol fora de campo, insiram jogadores representados através do Bom Senso no que diz respeito às discussões do calendário, que a TV discuta direto com os clubes e menos com a CBF as cotas e horários, proíbam as organizadas ou lhes imponham regras rígidas de comportamento dentro e fora de campo , e vejam quão respeitado se tornará o futebol.
Temos de voltar às nossas origens, temos de resgatar a essência do futebol que enchia de magia as tardes de domingo através de mitos como Mané Garrincha, Pelé, Gerson, Tostão e mais um monte deles naquelas belas tardes do domingo.
BOM CARNAVAL PARA TODOS
Até aproveito a época para lembrar-lhes de uma marchinha carnavalesca composta em 1955 salvo engano cunhada por Monteiro Lobato , quando as formigas eram a praga principal do Brasil… Dizia assim: Ou o Brasil acaba com a saúva / ou a saúva acaba com o Brasil / tem saúva na lavoura / tem saúva no quintal / onde tem mais saúva…? É no distrito federal quá quá quá quá. E o Brasil acabou com a praga, mas faz tanto tempo…
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