é goleada tricolor na internet
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Publicada em 14 de abril de 2014 às 00:00 por Autor Genérico

Autor Genérico

Um crédito à competência

O Bahia é o Campeão! O Estado é azul, vermelho e branco, as bandeiras tremulam em todas as residências onde pulsa um coração tricolor… A vida de 70% da Bahia voltou, enfim, ao normal. Pelo menos há esse gozo até que a maratona do Campeonato Nacional jogue uma pá de cal sobre o êxtase da Nação Tricolor, afinal é assim o ciclo da vida, nada está findo, nada está fechado, tudo ainda está por vir… gosto das reticências, “esses três pontinhos intermitentes que insistem em me dizer que nada está pronto e que tudo ainda está por começar…”

Méritos para Marquinhos, que provou para a maioria tricolor que a paixão no futebol tem de estar após muros e não intramuros. A própria diretoria do Bahia, que andava meio que dividida no tocante a permanência do treinador, agora constata que mantê-lo foi correto. O legado que esse título deixa para a torcida é o aprendizado de que o trabalho de um treinador nada tem de mágico, sim de planejamento à médio prazo e convivência harmoniosa com o seu grupo de trabalho. Cá de fora, vemos apenas o resultado, que nem sempre aparece do imediatismo.

O importante é que Marquinhos Santos soube suportar a pressão desordenada que vinha de fora, conduzindo os jogadores de forma blindada e ganhando a confiança dos mesmos, por consequência auto blindou-se e agora é só prosseguir implantando a sua filosofia porque há espaço físico e moral para tal. Méritos à diretoria, que bancou o Marquinhos em detrimento da opinião da torcida. Os fantasmas do futebol baiano são exorcizados em jogos entre Bahia e Vitória, e mesmo assim de forma unilateral, quem perde continua assombrado nas penumbras da derrota.

O lado passional da torcida, às vezes, induz uma diretoria ao erro, e se os homens que comandam o Bahia não fizessem ouvido de mercador, talvez o título não estive hoje no Fazendão. Mas a mão que apedreja é a mesma que afaga, o torcedor que ontem pedia a cabeça do Marquinhos é o mesmo que a partir de agora o abraçará e lhe fará declarações calorosas. Apesar disso, nunca é demais lembrar que vida de treinador no Brasil é mais duvidosa que as chuvas no semiárido nordestino. Técnico de futebol na Bahia sobrevive se vencer Ba-Vi, fora disso…

Esse é o futebol, por isso mesmo quem vive melhor dentro dele é quem tem ouvidos de mercador, não adianta técnico ou dirigente esquentar a cabeça porque o seu time não se encaixa em campo e embarcar no imediatismo do torcedor. A receita contra esses males é a paciência, o trabalho insistente e embasado nos princípios éticos – embora a decência no futebol seja artigo de luxo –, já que o nobre esporte é movido por paixões que geram milhares de opiniões divergentes, com valores deturpados, que determinam, quase sempre, que todo torcedor é inteligente e todo treinador é “burro” …

Méritos a todos os envolvidos no título conquistado pelo Bahia, desde o Presidente até o roupeiro do clube. Mérito excepcional ao Marquinhos Santos porque na hora de a onça beber água ele foi mais eficiente que o Ney Franco, que é um treinador digno de todas as suas conquistas ao longo da sua carreira. No futebol, o bocado mais bonito é a competição sadia, independente de quem venha a ser o vencedor em campo. Por isso parabenizo ao Marquinhos Santos e de igual modo o faço ao Ney Franco… É bom ter dois treinadores jovens e inteligentes, que jogam pra frente no campo e na decência, no futebol da Bahia.

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